No centro histórico da vila do Arco de Baúlhe, ao deambular pela malha das suas antigas ruas, deparamos com uma montra onde se expõem objetos feitos de folha, arte de outro tempo, em vias de desaparecer. Trata-se da latoaria de João Pacheco, um mestre artesão nascido no final da década de vinte do século passado, que já viu florescer o ofício, exercido por vários profissionais, e depois tornar-se obsoleto, muito graças à vulgarização do alumínio e do plástico.
Na sede do concelho de Cabeceiras de Basto, o último latoeiro foi Luziário Pereira de Magalhães, desaparecido já no século XXI, que trabalhou com o filho António na oficina situada no Beco das Ofícios, sendo o seu principal ponto de venda a feira, ali mesmo ao lado.
Perante mais esta urgência de registo de uma atividade económica e um saber fazer vernacular em perigo de desaparição, o Museu das Terras de Basto decidiu que a exposição temporária patente nas instalações do Arco de Baúlhe, seria dedicada ao ofício de latoeiro/funileiro, sob o título A Arte da latoaria em Cabeceiras de Basto, recuperando o percurso e prática destes últimos artistas, sempre entendidos no devir, investigação que nos levou a recuar até aos latoeiros que no início da época moderna começaram a usar o ferro branco ou folha-de-flandres.
Teresa Soeiro (UP/FLUP – CITCEM)
Designação: Almude
N.º de inventário: L 023
Função: Utilizado no transporte e medição do vinho.
Material: Chapa de zinco pintada
Dimensões: Altura: 55 cm, diâmetro 28 cm
Capacidade: 28 litros
Proprietário: Jacqueline Vilela Passos (Casa de Passo de Vides, freguesia de Pedraça, concelho de Cabeceiras de Basto)
Nota: Esta peça está pintada de castanho, mas encontra-se bastante escamado, no entanto, a sua cor original era o azul.
Esse almude é da autoria do meu avô Luziario Pereira de Magalhães ou meu pai António Augusto Soares de Magalhães. Um bem haja a todos. Obrigada.