Festa de Nossa Senhora dos Remédios

Texto de Dr. Albertino Gonçalves e Dr. João Gonçalves

A festa em honra da Nossa Senhora dos Remédios, em Arco de Baúlhe, é considerada a segunda maior do concelho de Cabeceiras de Basto. Em investimento e afluência. As celebrações decorrem no primeiro fim-de-semana de setembro, mas a festa é anunciada um mês antes com a erguida do pau da bandeira.

Na sexta-feira à noite, a procissão de velas percorre as artérias mais antigas da vila. Há quem a considere “o momento mais belo da festa”. Ordeiro e devoto, o silêncio escuta o terço cantado. Com uma vela a tremeluzir de fé na mão, cada crente é uma chama pequenina que ilumina o caminho da virtude. A procissão avança devagar, não vá alguma vela queimar à noite. Um bálsamo para o coração e um encanto para o olhar. Recolhida a procissão de velas, começam, para os mais jovens, os concertos e os festivais. Esses sim, a tentar, horas a fio, como ícaros, pegar fogo à noite.

A Procissão do Triunfo, no domingo, o ponto alto da festa. Os andores, com as imagens dos santos, são decorados com artes tradicionais, à moda antiga. Singularizam-se e distinguem-se. Ocupam muita gente, mas são motivo de orgulho. A imagem de Nossa Senhora dos Remédios também se distingue. Consta que é a única no país que está vestida com roupa de tecido.

Juntam-se milhares de romeiros em Arco de Baúlhe por ocasião da festa. Por obra de Nossa Senhora dos Remédios, em cuja capela se multiplicam os testemunhos de milagres, mas também pelas gentes do Arco de Baúlhe. Já em 1758 se escrevia: “Há neste lugar do Arco boas estalagens a que acodem muitos hóspedes por ser por este Arco estrada real que frequentam os transmontanos na comunicação que têm com os do Minho alternativa” (CAPELA, 2003:2016). Facto histórico que não surpreende um dos organizadores da festa: “a gente do Arco junta a alegria do Minho com a hospitalidade de Trás-os-Montes”.

Referência bibliográfica

Albertino Gonçalves, João Gonçalves   –  Cabeceiras de Basto: História e Património. Cabeceiras de Basto: Câmara Municipal, 2003. p. 240.

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