
Reza a lenda que, há muitos séculos atrás, viveu na Casa da Taipa (em Cabeceiras de Basto, S. Nicolau) uma senhora fidalga e muito poderosa chamada D. Comba.
Esta mulher possuía um coração de pedra, era malévola e comprazia-se em fazer aos outros as maiores crueldades.
Por exemplo, frequentemente mandava os criados pescar trutas no rio mais próximo (provavelmente o Rio Peio), sentindo prazer em vê-las fritar ainda vivas.
Consta que D. Comba tinha poucos preceitos religiosos e morais, tendo até mantido uma guerra aberta e muito feroz contra os frades do Mosteiro Beneditino de S. Miguel de Refojos.
Conseguiu vencê-los sem dó nem piedade, tendo-se atrevido entrar montada a cavalo e acompanhada pelos seus sequazes, na bonita igreja daquele mosteiro. Os cavalos aí se mantiveram, fazendo esta senhora da igreja uma estrebaria!
Mas o castigo divino acabou por chegar, e o povo garante a pés juntos que, depois de morta, a alma dela nunca encontrou o descanso divino. De facto, todas as sextas-feiras, pela calada da noite, D. Comba pena por terras da Casa da Taipa. Quem quiser pode ir, numa sexta-feira à noite, atentar numa luz que desce a colina próximo da Casa da Taipa, dá várias voltas à Capela da Casa e volta para a colina. Mas, por muito que as pessoas tentem ninguém a consegue ver, pois, mal se aproximam a luz apaga-se…
Conclusão, aqui pode aplicar-se o ditado popular “Não faças mal ao vizinho, que o teu mal pelo caminho vem”.