As levadas tanto podem resultar de açudes próprios, ou seja, açudes que apenas represam água para o moinho que servem, como tratarem-se de levadas também empregues na rega dos campos – levadas de regadio. Em Cabeceiras registam-se:


O comprimento da levada é determinado pelo caudal do rio e pelo seu comportamento na estação chuvosa e seca. Depende também do declive das linhas de água, quanto menos acentuada for, mais longa terá que ser a levada para conseguir o desnível pretendido. A sua pendente anda à volta dos 1,5 a 2%.
As levadas, sendo apenas canais de condução da água até aos moinhos, terminam junto deste. A partir daí a condução da água ao rodízio é feita ou por cales ou cubos.
Em cabeceiras encontramos:
– 63 moinhos de cales, 16% das unidades
– 271 moinhos de cubo, 71% do total
As cales são simples caleiras descobertas e inclinadas, que terminam um pouco acima do rodízio. Em Cabeceiras, tanto as encontramos em pedra, como em simples troncos escavados, em tábuas paralelas ou a afunilar.
Sendo um sistema que necessita de um caudal de água abundante, encontramo-lo numa percentagem reduzida dos moinhos. Prevalece apenas na freguesia de Basto, sendo, no entanto, bastante significativa em Outeiro e Bucos.
Os moinhos de cubo são predominantes no concelho. Existem sob diversas formas, mas estruturalmente são condutas construídas em granito de grande massa, pois, se o desnível for grande na base, a água atinge pressões bastante elevadas.
Existem cubos encostados aos moinhos com a forma de pirâmide irregular ou quadrangular invertida e vértice aberto para o cabouco. Estes cubos-reservatórios surgem como solução para a escassez de água no Verão, tal como alguns moinhos de cubo vertical.
Nalgumas reconstruções, os cubos e caleiras têm sido substituídos por outros materiais de fabrico industrial, como o fibrocimento, um material bastante duradouro e que dispensa o moroso trabalho de aparelhagem.